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Seminário «Segurança Nacional»
No dia 12 de Abril de 2010, pelas 1800 horas, na Sala de Actos da Universidade Aberta, teve lugar mais uma iniciativa de promoção do I Congresso Nacional de Segurança e Defesa. A sala foi pequena para tantos participantes, valeu a iniciativa da Universidade Aberta de difundir a conferência via Internet.
O Prof. Doutor Carlos Reis, Magnifico Reitor da Universidade Aberta, depois de saudar os presentes e de lembrar, com orgulho e deferência, que o Prof. Doutor Adriano Moreira também era Doutor Honoris Causa pela Universidade Aberta, revelou três razões que justificam a adesão da Universidade Aberta ao esta iniciativa. Desde logo a importância do tema, a obrigação da universidade em reflectir sobre temas de utilidade pública e a salutar ligação de uma instituição a uma organização que tem por finalidade a reflexão sobre o bem-estar comum.
O Dr. Figueiredo Lopes agradeceu à Universidade Aberta, na pessoa do seu Reitor, o apoio à iniciativa. Depois salientou a importância e actualidade do tema segurança nacional, como preocupação de direito das sociedades modernas. Lembrou que se trata de uma iniciativa da sociedade civil, que pretende colocar os cidadãos a reflectir sobre a temática da segurança nacional.
O Prof. Doutor Adriano Moreira dedicou o seu período de sábia reflexão ao tema da “Segurança Nacional”. Segurança que está, mais do que nunca, ligada à imprevisibilidade em que a nossa sociedade vive. Portugal sempre precisou de apoio externo para assegurar a sua existência. Primeiro precisou da subordinação da Santa Sé, depois, sequencialmente, dos quatro impérios (Índias, Brasil, África e emigração) e, recentemente, procurou novo apoio externo com a adesão à União Europeia. O problema é que a própria Europa tem limites incertos e depende de matérias-primas que não tem.
A seguir o Prof. Adriano Moreira lembrou que as fronteiras de segurança sempre foram uma preocupação dos povos, estabeleceu mesmo um paralelismo entre o que se passa hoje com os condomínios fechados e o que se passava na Idade Média com os castelos. Situação que actualmente constitui um desafio para a identidade nacional, a que se associam outras questões que tornam relevantes os problemas internos para além das fronteiras tradicionais dos Estados. Estes factos novos introduzem incerteza numa época em que o maior valor é a confiança. Valor sem o qual não há sociedade, não há economia, não há ordem, não há progresso, nem bem-estar. Segundo o Prof. Adriano Moreira “a incerteza é o princípio da contra-democracia” e por isso continuou fazendo um grande apelo ao civismo, ou seja aos valores. Daí deduzindo que a edução e o ensino são fundamentais e que o investimento na investigação e no ensino fazem parte da soberania do país.
Pensando nas fronteiras de segurança, o Prof. Adriano Moreira referiu que a circunstância de Portugal pertencer à NATO e à Europa e de se encontrar numa encruzilhada de áreas de segurança (Atlântico Norte, Mediterrâneo e Atlântico Sul) coloca a Portugal a obrigação de participar nos centros de decisão, sob pena de ter de participar na execução de decisões de outros, sem nelas ter participado. “Estamos na NATO há mais de meio século e não houve um único caso de desprestígio, em que nos tivessem colocado as Forças Armadas Portuguesas”.
O Prof. Adriano Moreira continuou a sua sábia exposição lembrando do último império o vergonhoso ultimato. Lembrou-o para salientar que o país precisa de janelas de liberdade, referindo que, na sua perspectiva, o país actualmente só tem três: o mar, a plataforma continental e a língua. Aproveitando a presença de alunos de países da CPLP e de um distinto oficial da Marinha do Brasil, o Prof. Adriano Moreira lembrou que a língua dá “um enorme contributo para o PIB, a língua que não é nossa, é transversal a todas as latitudes”.
Antes de terminar, o Prof. Adriano Moreira não quis deixar de salientar o papel da Universidade na geração de valor para o país. Na sua perspectiva, muito para além da sociedade da informação e dos valores está a sabedoria, e que para ela devem contribuir todas as instituições de ensino (civis e militares).
No final houve um interessante período de perguntas e respostas.
O sucesso de mais esta iniciativa deixou os membros da Comissão Organizadora do I Congresso Nacional de Segurança e Defesa com renovada motivação para novas iniciativas. A próxima está já prevista para dia 28 de Abril de 2010, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
Prof. Doutor José Fontes (UAb e membro da Comissão Organizadora I CNSD), _____Prof. Doutor Adriano Moreira (Presidente da Comissão Científica do I CNSD), __________Prof. Doutor Carlos Reis (Reitor da UAb e membro da Comissão Científica do I CNSD) e _______________Dr. Figueiredo Lopes (Presidente da Comissão Organizadora do I CNSD).
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Data: 2010-04-12
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